Filme realizado pela Casa Museu de Oliveira de Azeméis sobre o passado de Oliveira de Azeméis.
terça-feira, 12 de junho de 2012
sábado, 9 de junho de 2012
Asilo da Infancia Desvalida (Lar Pinto de Carvalho)
Ilustração do Asilo da Infancia Desvalida de Oliveira de Azeméis retirada da revista o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro. A publicação onde a ilustração se encontra foi publicada em 10 de Julho de 1912.
Transcrição do artigo da revista o Occidente relativamente a esta ilustração:
"Na vila de Oliveira de Azemeis foi inaugurado em 23 do mez
findo, um novo edificio para o Asilo da Infancia Desvalida, cujo aspéto
exterior se representa na gravura que acompanha esta noticia, assim como a
acompanha tambem o retrato de Manuel de Miranda Castro, um dos fundadores e dos
maiores bemfeitores deste asilo, já falecido.
O acto inaugural foi celebrado por uma sessão a que presisiu
o juiz da comarca Sr. Dr. Zagallo, tendo por secretarios o Sr. Dr. Carrelhas e
o paroco da freguezia Rev. Serafim de Sá Couto.
A sessão principiou por ser lida a correspondencia em que se
encontravam cartas dos Srs. Bento Carqueja e Dr. Amador Valente, lamentando não
poderem assistir á sessão e felicitando os promotores da festa e o povo de
Oliveira de Azeméis, por mais este grande beneficio prestado á vila. Do Sr. Dr.
Antunes Guimarães, sobrinho do saudoso bemfeitor Miranda Castro, foi também
lido um telegrama desejando todas as prosperidades ao aAsilo, e outro do Sr.
Bispo Conde de Coimbra D. Manuel, felicitando a comissão e lamentando que a sua
idade e estado de saude lhe não permitissem assistir áquele acto.
Da Sr.ª D. Isabel Maria de Carvalho, agradecendo o convite
que recebera e comunicando que resolvera crear um premio denominado, Premio
Pinto de Carvalho, para ser conferido anualmente á educanda que prove melhor
aproveitamento e comportamento, enviando uns brincos de ouro para serem
entregues neste dia.
Os Srs. Dr. Daniel Ribeiro, Dr. Artur Pinto Bastos, D. Prior
de Cedofeita, Antonio José Ferreira, Rev. Oliveira de S. João da Madeira,
Antonio Maria Kopke de Carvalho e esposa enviaram também agradecimentos.
Enviaram donativos os Srs. Luis Carqueja e esposa, 10$000
réis; Sebastião Alves Ferreira Leite, do Porto, 10$000 réis; Joaquim Ferreira
de Castro, de S. Tiago de Riba d’Ul, 5$000 réis, por intermedio do Sr. Dr.
Ferreira Alves.
Pronunciaram discursos adequados ao acto, o Sr. Camilo
Pacheco da Costa Ferreira, rendendo homenagem saudosa aos fundadores deste
asilo já falecidos, e propondo para se nomear uma comissão revisora de contas;
o Sr. Dr. Sá Couto, presidenre da comissão administrativa, elogiando a memoria
dos falecidos bemfeitores José Pinto de Carvalho, D. Maria Rosa de Jesus
Carvalho, Miranda Castro, e a todos que teem contribuido para a benemerita obra
de Camilo Pacheco. O Sr. Dr. Carrelha fez varias considerações sobre o ensino e
educação pratica a ministrar ás asiladas. O Sr. Dr. Beleza fez a largos traços
a historia daquela instituição. O Sr. Fernão de Lencastre, administrador do
concelho, felicitou em nome de seu cunhado Sr. Bento Carqueja. O Sr. Camilo
Pacheco, lembrando que se desse a cada asilada uma caderneta da Caixa
Economica, com 1$000 réis, como fundo de capital. Ainda falaram os Srs. Presidente
da camara, Cunha e Silva, Couto e por fim o Sr. Dr. Sá Couto.
A sessão terminou pela entrega de uns brincos de ouro á
asilada que melhores provas deu aproveitamento e comportamento conforme a
intenção da instituidora do premio a que acima nos referimos. Esta entrega foi
acompanhada pelo Sr. Juiz da comarca, com palavras de bom conselho ás asiladas
e de incitamento ao estudo.
Por fim foi lavrada escritura de cedencia do novo edificio á
Camara Municipal.
Assim terminou esta sessão, que foi ao mesmo tempo uma festa
de altruismo altamente simpatica."
fonte: o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro, 35 anno - Volume XXXV - N.º 1207 (10 de Julho de 1912)
Teatro Oliveirense
Ilustração do Teatro Oliveirense retirada da revista o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro. A publicação onde a ilustração se encontra foi publicada em 11 de Setembro de 1884.
Tenho indicações que este edificio situava-se onde actualmente é a Junta de Freguesia de Oliveira de Azeméis.
Transcrição do artigo da revista o Occidente relativamente a esta ilustração:
"É de modesta aparencia este theatro, mas nem por isso deixa de ser um symptoma de civilização que se vae espalhando por todas as terras da provincia.
Tenho indicações que este edificio situava-se onde actualmente é a Junta de Freguesia de Oliveira de Azeméis.
Transcrição do artigo da revista o Occidente relativamente a esta ilustração:
"É de modesta aparencia este theatro, mas nem por isso deixa de ser um symptoma de civilização que se vae espalhando por todas as terras da provincia.
Foi em 1851 que um grupo de amadores dramaticos se reuniu
para levarem a effeito a construção de um theatro em Oliveira de Azemeis,
abrindo uma subscripção que chegou a oitocentos e tantos mil réis. Com este
recurso e os mais que foram obtendo conseguiram levantar o theatro de paredes,
telhado e caixa tendo que parar com as obras por falta de meios.
Entretanto, mesmo assim por concluir, alli se deu uma recita
de amadores em 7 de junho de 1855, seguido-se depois outras, com o producto das
quaes se fizeram mais algumas obras no theatro.
Em 1861 a camara municipal tomou vinte acções na importancia
de cento e tantos mil réis, com o que se continuaram as obras, ficando ainda
por concluir até hoje, apesar da actividade dos cavalheiros d’aquella villa os
Srs. Dr. Bento Guimarães e José da Silva Guimarães que tem empregado toda a sua
boa vontade para a conclusão do theatro.
O theatro comporta 400 pessoas repartidas pela seguinte
forma. Platéa 160, galaria 50 e nos doze camarotes de 1.ª ordem e treze da 2.ª
ordem 290."
fonte: o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro, 7 anno - Volume VII - N.º 206 (11 de Setembro de 1884)
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Ilustração da Igreja Matriz
Ilustração da Igreja Matriz de Oliveira de Azeméis retirada da revista o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro. A publicação onde a ilustração se encontra foi publicada em 1 de Novembro de 1881.
Transcrição do artigo da revista o Occidente relativamente a esta ilustração:
Transcrição do artigo da revista o Occidente relativamente a esta ilustração:
"Já na pag. 118 do presente volume tivemos occasião de fallar
da villa de Oliveira de Azemeis, uma das mais ricas e importantes do districto
administrativo de Aveiro, quando reproduzimos em gravura o edificio dos Paços
do Conselho d’essa villa: hoje damos o frontespicio da sua igreja matriz.
Como se sabe, Oliveira de Azemeis, com quanto povoação
antiga, é villa muito moderna, o que é devido ao seu importante
desenvolvimento, sendo hoje uma povoação rica. Já desde 1703, sollicitavam os
seus moradores, de D. Pedro II, o foral de villa, que não conseguiram, por
causa da opposição da villa da Feira, a cuja jurisdição pertencia.
A sua posição num pequeno plano elevado, que declina sobre
dois rios, o Ul ao poente e o de Vilar ao nascente, o seu assento n’um ponto
importante da estrada de Coimbra ao Porto, communicando por outras estradas
lateraes com valle de Cambra, Arouca, Feira, Ovar, etc., junto á
importantissima praça, que é quase uma feira diaria, dá-lhe toda a facilidade
para progredir, do que os seus habitantes se não descuidam.
Quasi a meio da povoação e sitio mais elevado d’ella, onde
chamam o Padrão, ergue-se a igreja parachial sob a invocação de S. Miguel.
É ponto controverso se alli foi sempre a egreja matriz, ha,
porem, proximo da villa uma aldeia de S. Miguel, onde alguns auctores suppõem
ter existido o primitivo templo.
Seja como fôr, o certo é que a actual egreja data apenas de
1719, anno em que, por se achar em muito mau estado a antiga, se começou a
construcção da nova, a qual terminou em 1726, o que nos é assegurado por uma
noticia do doutor Manuel de Oliveira Ferreira, reitor d’aquella freguezia pelo
segundo e terceiro quartel do seculo passado e corroborado pelos livros das
Visitações, de que o sr. Commendador Leite Rebello, alguns annos presidente da
Camara da mesma villa, transcreven extractos nos Annaes do Municipio.
A fachada do edificio é de architectura pouco notavel, sem
caracter algum de grandeza e elegancia, o que é comum a quasi todas as nossas
egrejas do seculo XVII em diante. Sobre a porta ha uma escultura regular,
representando S. Miguel em acção de cravar com a lança o inimigo das almas,
prostrado e calcado a seus pés.
Duas torres ladeam esta fachada, mais por ornado que por
necessidade, pois só uma d’ellas tem sinos; não podendo nós dizer se dos tres
que alli existem, são ainda dois os que em 1744 foram benzidos pelo referido
reitor.
Entrando-se o templo é este de regular grandeza, de uma só
nave e alumiada por dezoito janellas. A capellamor tem a sua tribuna de talha
dourada, ladeada de varias imagens, taes como o orago S Miguel com o dragão a
seus pés, S. Pedro, etc. Ha mais varios altares lateraes e no corpo da egreja.
Esta fica cercada por um adro espaçoso, e pela parte
posterior a pequena distancia, demora o cemiterio da villa, de construcção
moderna, mas muito regular e bem arborisado.
Sobe se da rua para o adro por uma escadaria de tres patins,
na qual se levanta uma cruz, em cuja base se lê uma inscripção, d’onde consta
ter sido mandada alli collocar pelo bacharel Pedro Soares dos Reis, não
esquecendo que as cruzes da Via sacra foram mandadas levantar pelo veneravel
Fr. Antonio das Chagas.
Em torno do adro havia varias arvores, e antigamente (e não
sabemos se ainda hoje) duas velhas oliveiras, symbolo da freguezia.
Ao lado esquerdo da egreja, vê-se a casa da residencia
parochial, com accommodações sufficientes. N’esta viveu e se tornou notavel o
reitor acima mencionado, por ter ajuntado na salla principal d’ella uma selecta
e copiosa livraria, muito consideradas raras mais de tres mil volumes, a qual
em 1758 era por elle avaliada em mais de 6:000 cruzados, e quando se recolheu á
clausura, deixando a reitoria, valia, segundo diz Agostinho Rebello, na
Descripção do Porto, d’onde o padre era natural, 20:000 cruzados, o que será
talvez exaggerado. A livraria deve estar incorporada na da Academia Real das
Sciencias de Lisboa, porque á sua Ordem a legou o reitor resignatario, quando
falleceu no convento de Nossa Senhora de Jesus, onde se recolhera.
A freguezia foi abbadia até 1520, em que foi reduzida a
reitoria e commenda da ordem de Christo, por bulla de Leão X.
O parocho era reitor por concurso, excepto quatro mezes de
reserva que tinha a abbadessa do convento da Ave Maria do Porto; subia a sua
congua a 200$300 réis. Afora 700$000 que produziam os dizimos.
O parocho apresentava dois curas amoviveis um na matriz e
outro na freguesia annexa de S. Thiago de Riba d’Ul, hoje independente.
Por occasião do terremoto do 1.º de novembro de 1755, apenas
a egreja abriu algumas pequenas fendas, e cahiram os remates de algumas
pyramides.
Pelos annos de 1864, procedeu-se na egreja e residencia
parochial, por ordem do governo, a grandes reparos, de que muito estava
carecida, obtidos os necessarios meios pelas instancias do digno par do reino,
o Sr. José da Costa Sousa Pinto Bastos, natural da villa.
Reformou-se uma das torres, logoou-se a capella-mór de xadrez,
asobradou-se o corpo da egreja, estucaram-se as paredes e tectos, concertou-se
o telhado, fez-se uma grade de balaustrada para o arco cruzeiro foi reformado o
coro, dourada a tribuna do altar-mór e seus acessorios, e fizeram-se outros
concertos, sendo injusto e inexacto o commendador Leite Rebello, quando nos
referidos Annaes diz: “e a mais chegaria aquella avultada quantia... se melhor
administrada fosse,” porque se fizeram mais obras do que as pedidas e orçadas,
e se empregaram n’aqueles reparos tada a deligencia e cuidado, especialmente na
torre, e que muitos julgavam cahiria.
Devemos o desenho da fachada e alguns apontamentos á
esclerecida solicitude do Sr. Silva Praça, d’aquella Villa, a que já nos
referimos no artigo acima citado."
fonte: o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro, 4. anno - Volume IV - N.º 103 (1 de Novembro de 1881)
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sexta-feira, 8 de junho de 2012
Ilustração dos Paços do Concelho
Ilustração dos Paços do Concelho de Oliveira de Azeméis retirada da revista o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro. A publicação onde a ilustração se encontra foi publicada em 1 de Julho de 1881.
Transcrição do artigo da revista o Occidente relativamente a esta ilustração:
"A casa dos paços do concelho de Oliveira d’Azeméis, que hoje
reproduzimos nas nossas gravuras, começou-se a construir em dezembro de 1844,
no logar onde havia um predio pertencente ao monteiro-mór, Manuel António
Mendes, que a camara de Oliveira d’Azeméis comprou.
As obras foram suspensas em 1846, por causa dos
acontecimentos politicos, continuando depois por arrematação, concluiram-se em
janeiro de 1850, mez em que a camara e a administração começaram a funcionar,
indo em janeiro de 1851, juntar-se-lhe no mesmo edificio, o tribunal de
justiça.
O edificio tem quatro faces, mas a desegualdade da area em
que se acha collocado, faz com que em duas das faces tenha tres andares e nas
outras duas dois, o que comtudo, não lhe tira o seu magestoso e bello aspecto,
sendo com certeza a melhor casa da camara do districto.
No cimo do edificio, vêem-se as armas do reino, olhando para
o sul da villa, collocado entre duas linhas, uma que se segue a estrada real,
outra a da praça dos Valles.
A casa é ampla, e além de conter em separado os tribunaes
judiciaes e administrativo, a sala das sessões da camara e repartição de
fazenda, tem ainda varios compartimentos para residencia dos empregados
subalternos.
Nos aposentos inferiores do edificio ficam as prisões, em
optimas condições hygienicas, a casa do carcereiro e a sala livre.
No tribunal de justiça ha ao fundo a tribuna do juiz, sobre
um estrado de tres degraus, e tendo por cima, na parede, o retrato a oleo d’el-rei
D. Pedro V, entre cortinas de seda carmezim, encima por uma sanefa dourada. Á
direita, sobre um supedaneo, está collocada a cadeira do ministerio publico e a bancada dos
advogados, e á esquerda a cadeira do contador do juiz e a bancada dos jurados.
Este recinto é separado do resto da sala por uma têa de balaustrada, de bem
acabada mão d’obra.
Na sala das sessões da camara, eleva-se ao fundo uma estrado
onde estao as cadeiras, ricamente estofadas, da vereação, e separadas do recinto
do publico por uma bella balaustrada.
Sobre a cadeira do presidente estava primitivamente o
retrato da rainha a Sr.ª D. Maria II, e hoje está o de el-rei D. Luiz, sob um
docel de seda encarnada.
Em fevereiro de 1864 mandou a camara plantar no largo, em
frente do edificio, as australias que se vêem na nossa gravura, e que hoje
constituem ja um bello arvoredo.
Deemos a ebsequiosa offerta do Sr. João José da Silva Praça,
de Oliveira de Azeméis a photographia dos Paços Municipaes, que reproduzimos, e
os apontamentos que serviram de base para este artigo."
fonte: o Occidente: Revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro, 4. anno - Volume IV - N.º 91 (1 de Julho de 1881)
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